Por Edu Fernandes
Apesar de ter apenas cinco longas em sua carreira de diretora, Sofia Coppola já deixou clara sua personalidade cinematográfica. Em Bling Ring: A Gangue de Hollywood, a realizadora resgata características de seus trabalhos anteriores e segue adiante, acrescentando novidades.
O livro Bling Ring – A Gangue de Hollywood, da jornalista Nancy Jo Sales, que tem até entrevistas com as celebridades que sofreram os assaltos, já está disponível. O filme de Sofia estreia no Brasil em 16 de agosto de 2013.
Baseada em acontecimentos reais, a produção narra as aventuras de um grupo de estudantes com um hobby inusitado e arriscado. Eles acompanham o paradeiro de celebridades em sites de fofoca para poder invadir suas mansões vazias. Com esse enredo, a diretora critica a sociedade consumista e o circo midiático.
No grupo de invasores, três figuras se destacam. Rebecca (Katie Chang) lidera o bando e mostra ter uma personalidade manipuladora. Marc (Israel Broussard, de O Primeiro Amor) é vaidoso e se sente enturmado nessa vida de crimes, apesar de ter muito medo. Nicki (Emma Watson, de As Vantagens de Ser Invisível) usa o consumismo e a popularidade para se rebelar contra as filosofias de sua mãe.
Desde sua estreia em longas que Sofia Coppola não dividia o posto de protagonista em um filme – além de ser a primeira vez que não usa uma personagem principal loira. Em As Virgens Suicidas (1999), os membros da família Lisbon e o jovem Trip (Josh Hartnett) dividem os holofotes.
![]() Cena do filme As Virgens Suicidas
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KIRSTEN DUNST, A ÚNICA REPETIÇÃO
Depois de algumas tentativas como atriz e de dois curtas, Sofia Coppola se lança na direção de longas com As Virgens Suicidas. A história é sobre cinco irmãs de uma família conservadora nos anos 1970. O filme começa com o suicídio da última delas e volta para desvendar como a tragédia dos Lisbon aconteceu.
A mais bela das irmãs é Lux, vivida por Kirsten Dunst. A atriz faz uma pequena participação em Bling Ring e é a única a ser protagonista de Coppola por mais de uma vez. Em 2006, ela viveu o personagem-título de Maria Antonieta.
![]() Sofia Coppola conversa com Kirsten Dunst no set do filme Maria Antonieta
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A vida da rainha francesa é contada de forma estilizada, com uma trilha musical que inclui bandas clássicas e grupos mais recentes, em uma seleção estilosa. A escolha das músicas é uma das marcas da diretora.
Apesar de ser um filme de época, o longa apresenta um tipo de cenário muito familiar para Sofia: o mundo das celebridades. Em suas obras que se passam nos dias de hoje, no lugar da nobreza figuram os astros do show business.
![]() Cena do filme Encontros e Desencontros
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SCARLETT JOHANSSON, A TESTEMUNHA
A maioria das protagonistas de Coppola são mulheres que convivem com o mundo dos flashes sem realmente participar dele. Algo que aconteceu com a própria cineasta em sua juventude, quando ela era apenas a filha de Francis Ford Coppola.
O primeiro exemplo claro dessas personagens está em Encontros e Desencontros (2003), vivida por Scarlett Johansson. Ela interpreta a esposa de um fotógrafo que acompanha o marido em uma viagem profissional ao Japão.
Negligenciada pelo amado, Charlotte faz amizade com Bob (Bill Murray), um ator decadente que está em Tóquio para gravar comerciais. A relação transformará ambos em um curto espaço de tempo.
![]() Cena do filme Um Lugar Qualquer
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ELLE FANNING, A INOCENTE
A protagonista de Um Lugar Qualquer (2010) também é uma testemunha do showbiz, porém mais jovem do que as demais. Aos 11 anos de idade, Cleo (Elle Fanning) faz uma visita a seu pai (Stephen Dorff), um astro de Hollywood).
A convivência entre os dois é maior do que o planejado por uma decisão da mãe da garota. Ao mesmo tempo em que Cleo tem a oportunidade de passar mais tempo com Johnny, ele percebe que seu estilo de vida não é apropriado para uma pré-adolescente.
Ainda não há projetos concretos para o futuro de Sofia Coppola, mas a quantidade e a lealdade de fãs da cineasta são suficientes para mantê-la na ativa.
Veja o trailer de Bling Ring: A Gangue de Hollywood: